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Vereadores, prefeito e representante do setor de revestimentos cerâmicos estiveram reunidos com diretores da Westinghouse Plasma Corporation, dia 23 de abril, na sede da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), para conhecer a tecnologia da usina de tratamento de resíduos, fabricada pela multinacional, com geração de energia (eletricidade, etanol, vapor ou gás). A iniciativa da Câmara, através de seu presidente, José Luis Vieira (PMDB) e Luiz Basso (PR), tem apoio do deputado Ricardo Izar (PSD) que, juntos, buscam recursos a fundo perdido, para custear a compra do equipamento.

A Tecnologia de Plasma da Westinghouse Corporation, uma divisão da Alter NRG Corp., foi desenvolvida há mais de 40 anos e é utilizada em várias aplicações industriais e de remediação de áreas contaminadas. A tecnologia foi implantada no Japão, desde 2002, para tratamento de resíduos sólidos urbano, industrial e lodo de esgotos. Na Índia também existem usinas tratando resíduos considerados perigosos. “Diferente da incineração, o plasma não queima, ocorre uma dissociação molecular devido à altíssima temperatura [de 2.000º C a 10.000º C] com que opera, portanto, não há formação de cinzas, fumaça ou gases perigosos como dioxinas e furanos”, explicou Carlos Takeo Tomita – um dos sócios da empresa, acrescentando que a usina aceita qualquer tipo de resíduo, mesmo os líquidos e de alta umidade, sem necessidade de tratamento prévio.

Para Santa Gertrudes, que de acordo com o prefeito Rogério Pascon, produz hoje aproximadamente de 25 toneladas de lixo/dia, a Westinghouse propôs a montagem de uma usina com capacidade para 30 mil ton/dia, com geração de gás, o que atenderá o principal setor produtivo regional, a indústria cerâmica. Outra possibilidade é o agrupamento com outras cidades da microrregião, que também seriam atendidas pela usina de Santa Gertrudes, o que possibilitaria a construção de uma usina com maior capacidade. “Mesmo se iniciarmos o equipamento para atender 30 mil toneladas por dia, a capacidade de operação poderá ser estendida para até 100 mil toneladas por dia”, informou Tomita.

“É uma importante alternativa para baratear os custos de produção de revestimentos, acabar com os aterros sanitários de forma limpa, sem geração de resíduos tóxicos e ecologicamente correta, além de geração de novos empregos. Já estamos trabalhando para conseguir os recursos necessários para trazer mais uma importante obra para nossa Cidade”, enfatizou José Luis. Além das vantagens mencionadas, a usina não necessita de grande área para ser construída, 15 mil metros quadrados é o espaço necessário para atender Santa Gertrudes e região, e trabalha com todo tipo de lixo, como urbano, industrial, hospitalar e resíduos da construção civil.

Tomida afirmou que a Tecnologia de Plasma da Westinghouse “funciona com uma vasta composição e combinação de resíduos; aceita resíduos com alto teor de umidade, inclusive os líquidos; necessita de mínima preparação e separação de resíduos; possui alta confiabilidade e segurança; e não produz fumaça, cinzas residuais e cinzas voláteis”.

O sócio da empresa também explicou as vantagens da gaseificação por plasma: “recicla até 99% dos resíduos, aproveitando-os como energia elétrica, metais nobres e subprodutos para a construção civil e indústria de fertilizantes, minimizando a necessidade de aterros (meta: aterro zero); não necessita de combustível fóssil para seu funcionamento – autossustentável; sistema com 90% de nacionalização e construção com empresas de engenharia brasileira, sob supervisão da Westinghouse; de fácil manutenção, sem partes móveis podendo ser ligado e desligado a qualquer instante; baixa emissão de gás de efeito estufa e gases contaminantes – muito inferiores aos limites legais do Japão, EUA, Inglaterra e Brasil; e pouca necessidade de área, para uma planta para 300 ton/dia , necessita de uma área com 30.000 m²”.

Rogério Pascon afirmou que entrará em contato com prefeitos da região para propor uma ação conjunta e que já está pensando em um local apropriado para a instalação da usina, que pode ser a área anexa a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que é do Município e não foi utilizada na construção da Estação. “É um projeto inovador. Eu e o deputado Ricardo Izar gostaríamos muito que Santa fosse pioneira no Brasil na construção deste tipo de usina. É mais um exemplo de cuidado com o nosso meio ambeite”, concluiu Vieira.

A Westinghouse conta com nove projetos em andamento no Brasil. O de Hortolândia – com capacidade de 260 mil toneladas por dia, é a que está em fase mais adiantada de negociação. Atualmente, está em construção a maior usina de plasma do mundo na Inglaterra (1.000 ton/dia), para produzir 50 MW de energia elétrica, que entrará em operação no próximo ano.

Silvia Araujo – MTB. 16.659